sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Gosto de ser mulher!

Ela gritava, e a voz ecoava pelos corredores

Ela gritava e ele, ora de pé ora sentado, desesperava.

Ela diz que não custou nada, que só riu… mas ele conta que ela gritou!

Ele diz que custou muito, e ele chorou!

Não o deixaram entrar, e ele aliviado. No entanto ouvia os gritos da dor que ela sentia, e angustiava.

Era Junho, e estava calor, os corpos deles transpiravam, pela dor e pela ansiedade.

Ele transpirava, ela ainda mais.

A natureza tem força, o homem também, às vezes lutam, mas o vencido nunca acaba rendido, apenas se fortalece.

Aqui a natureza ajudou, e a mulher, aquela que até então gritava, agora sorri e chora de felicidade.

Agora chora ela, de paz intensa.

Quando ele a viu, sentiu que não era nada, que ele, aquele bravo homem de capa dura, outrora corajoso, era nada mais que uma pequena partícula que se fragmentou em milhões delas…

Ele pára de chorar e só ri…ri muito.

Limpa as lágrimas dela, quando já secou as dele, para lhe mostrar quão forte ainda é.

Ambos seguram a nova força da natureza, é uma ELA!

A natureza é injusta, exige das mulheres a resistência necessária para expelir do seu frágil corpo um outro, mas esquece-se de injectar no homem a capacidade de segurar na mão dela com a força que os orgulha, e a serenidade que o momento exige!

Hoje ela só se lembra que riu, conta tudo com um cenário de nuvens brancas de algodão que se movem ao som de harpas e um lago bem tranquilo de onde surge um nenúfar que desabrocha e exibe uma menina com grandes bochechas lá dentro. Tudo foi rápido, sereno emocionante, e lembra-se como se fosse hoje

Hoje ele lembra dos bramidos de dor, das batidas aceleradas do seu coração, do corpo cheio de contracções, das paredes do hospital a comprimirem e o chão a deslizar. Lembra que o calor era doentio e que sempre que olhava o relógio via os ponteiros enevoados e imóveis, o tempo era interminável, mas lembra-se como se fosse hoje.

Um momento apenas, o mesmo momento e dois olhares tão distintos.

O mesmo final, e resta-me agradecer que os dois estavam lá, e apesar dos cenários os dois lembram-se e nunca mais se esquecerão!

As pistas às vezes despistam!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Let it rain!

Ping, ping, ping…

“É o tempo dela”, “mais vale agora que no verão”, “faz falta”, e os chavões repetem-se por todo o lado, serpenteando as pingas, que umas vezes fracas outras fortes teimam em cair dos céus!

Irra, que este tempo é uma depressão só!

Não basta o frio, o vento, ainda tem de chover ininterruptamente para nos fazer molhar os pés, e o cabelo quando damos aquela corrida do carro, para o escritório, para o supermercado, para casa, para onde quer que seja o destino.

É que por mais que seja altura dela, que faça falta, que seja preferível agora que em Abril, não há meio de simpatizar com a dita!

Tirando o “Singin'in the Rain “, que curiosamente foi filmado com água e leite, devido ao período de seca que os EU.A atravessavam, o “Let it rain” da Amanda Marshall, e o It´s rain again, do grande grupo Supertramp, não posso ouvir falar em chuva.

De nada me adianta resmungar, apelar a s.pedro, e até não usar guarda-chuva como sinal de protesto, bem sei!

Resta-me olhar para a janela e pensar “cai, cai toda enquanto podes, que não tarda nada o sol sacode a letargia que o assola e suga-te num piscar de olhos!

Let the sun shine down on me!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Bem-vindos a 2011!

Novo ano.

2011 já cá canta!

Nada a declarar.

Minto.

Declaro um ano cheio de felicidade para todos (como se dependesse de mim, mas se dependesse era isso que declarava: amor incondicional, beijinhos e abraços, sorrisos e palmadinhas nas costas, das verdadeiras)!

2011 e muita chuva. Chove, o dia está pesadamente cinzento, por acaso até é a minha cor preferida, mas ao “dia” não lhe assenta nada bem, fica-lhe melhor o azul, o laranja, o amarelo!

Gosto de ler e escrever, em 2010 descobri blogs sem fim…li, li e li, esqueci um pouco de mim, o quão gosto de escrever. Este ano vou procurar escrever, para exercitar.

Vou tentar arranjar tempo, azul ou cinzento, vou aproveita-lo ao máximo, prometo a mim.

Mais nada a declarar.