quarta-feira, 1 de junho de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pensamento Positivo

Quando cheguei disse "boa tarde", falavam alto, riam, olharam, e viram-me.
Continuaram a falar, ninguém respondeu!
Continuaram a conversar, a rir, até a olhar, mas fingiram que não viram
Como se a conversa as ocupasse todo o campo visual e até auditivo.
Ninguém respondeu.
Eu desejei boa tarde aquela gente toda, mas ninguém retribuiu.
As meninas do meu ginásio são muito enérgicas, atentas ás dicas de vida saudável, alimentação regrada, pena esquecerem que nada mais saudável do que espalhar alegria, boa energia, um sorriso, mesmo que ao desconhecido.
Sem nós, as pessoas, de que serve o esforço , o reflexo no espelho, os corpos estarem nutridos?!
As regras dever-se-iam cumprir na boca, mas também de dentro para fora.
Mais importante do que o que se come, é o que se diz!
As calorias de uma boa conversa rejuvenescem mais do que uma boa salada!
Mas só tem boas conversas quem sabe dizer "boa tarde"!
Vou continuar a exercitar o bom diálogo a boa comunicação, e sempre com pensamento positivo, acreditanto que as meninas bonitas do meu ginásio um dia, vão conseguir exercitar a alma e contraindo vários músculos conseguirão sorrir e dizer:
BOA TARDE!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Nao cedas...


Logo mesmo que eu diga que estou cansada e quero dormir nao cedas.
Estou neste momento a cair de sono.
Na hora de almoço, pela primeira vez adormeci no sofá sem sequer por o despertador.
Estou exausta...e vou ficar ainda mais depois da ginástica
Mas não cedas
Estou farta de sentir estas batidas ocas do meu coração, no silencio desta sala
Se é para bater com força então que haja um motivo, e bom!
Logo não te deixes convencer, não cedas
Vou dizer que tenho sono, e vou virar-me de costas para ti, mas não cedas.
Se eu quiser mesmo dormir e o sono se apoderar de mim, volta-te para mim
Logo, se eu ceder ao sono, não cedas tu, e cede-te antes a mim.
Faz como sempre fazes, e bem, bem devagarinho, corre em mim, sem parar
Vou dizer que tenho sono, mas não pares, continua a investir, enquanto o meu coração continuar a bombear
Vou fraquejar, mas não cedas e desliza em mim como só tu sabes.
Não cedas, porque por mais sono que tenha, prefiro adormecer de prazer do que deixar-me vencer pelo cansaço
Quando disser "pára", não cedas
Vais ver que acabarei por pedir que não pares

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Comprei um chapéu!


Desde miúda que gosto deles, dos chapéus!
Fazem-me lembrar as grandes divas do cinema,a classe, o requinte, o charme!
O olhar de soslaio, o poder de um sorriso meio escondido.
O refugio da luz incandescente, o abrigo das poeiras alheias.
E ali fico, do alto do meu chapéu!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ei, tu!




Ele chamou-me e perguntou:
-Ei, tu!Já olhaste bem para ti hoje?
E eu ali, distraída, diante dele, percebia o porquê, mas não sabia responder.
Agora atenta, olhava-me, voltava a olhar e reflectida nele tentava buscar a resposta…em vão
Estou farta de me olhar só por dentro, de me ver fugaz em ti, e só notar que algo se passa quando me perguntas:
- Já olhaste bem para ti hoje?
Passo tantas vezes por ti, mas de tão perto que estás já nem sinto as diferenças…
Afastei-me de mim, fui bem longe.
Afastei-me tanto que consigo ver.
E agora longe de mim e de ti, vejo-me e volto no tempo.
Cá do alto, bem alto, até já consigo imaginar o amanhã.
E agora que te sei responder, olho-me e rio-me.
Rio-me porque não tenho como voltar atrás, rio-me porque não há nada a fazer, rio-me porque olhando bem para mim hoje, vejo nitidamente o ontem.
Hoje olho para mim e vejo que já não sou a mesma!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nas nossas mãos!


Na vida somos o sabor do vento
Somos os corpos marcados no tempo
O rosto reflecte o que sou
A mao reflecte o que dou
Pega na mao e olha...e sente
Ves estas marcas, as linhas?
Rectas ou curvilineas…
Sentes a tez macia ou dura…
E o cheiro que nela perdura?
Sao coisas da vida…
Marcas das marcas que ficaram
As maos guardam estes presentes
Presentes do passado…guardado
A caricia ao primeiro amor
A sensacao de calor
O toque da sensualidade
O apertar uma mao de verdade
O grito gemido, calado
O toque no corpo nu, suado
O adeus ao amigo que partiu
Aquele gesto…”xiuuu”
O brinde ao sucesso…mereco
O fotografar d’um rosto...que sorriu
Aquele “espera!”, que te peço
O afagar de uma lagrima
As coisas que fizemos…
Coisas, e mais coisas
Da-me, leva, pega…
A carta que escrevi
O livro que folheei…e li
A boneca que penteei
A crianca que embalei
A dor que me marcou
A flor que apanhei
O pedinte que me tocou
O gesto que finge o voo
A mao que sou…
Bravo….e com palmas
Aplaudimos …louvamos
… segura-as
Mostra-as…le-as
Sente-as….
Sao maos…..
……..d’uma vida!!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Jeito de escrever!

 "Não sei que diga.
 E a quem o dizer?
 Não sei que pense.
 Nada jamais soube.
 
 Nem de mim, nem dos outros.
 Nem do tempo, do céu e da terra, das coisas...
 Seja do que for ou do que fosse.
 Não sei que diga, não sei que pense.
 
 Oiço os ralos queixosos, arrastados.
 Ralos serão?
 Horas da noite.
 Noite começada ou adiantada, noite.
 Como é bonito escrever!
 
 Com este longo aparo, bonitas as letras e o gesto - o jeito.
 Ao acaso, sem âncora, vago no tempo.
 No tempo vago...
 Ele vago e eu sem amparo.
 Piam pássaros, trespassam o luto do espaço, este sereno luto das
 horas. Mortas!
 
 E por mais não ter que relatar me cerro.
 Expressão antiga, epistolar: me cerro.
 Tão grato é o velho, inopinado e novo.
 Me cerro!
 
 Assim: uma das mãos no papel, dedos fincados,
 solta a outra, de pena expectante.
 Uma que agarra, a outra que espera...
 Ó ilusão!
 E tudo acabou, acaba.
 Para quê a busca das coisas novas, à toa e à roda?
 
 Silêncio.
 Nem pássaros já, noite morta.
 Me cerro.
 Ó minha derradeira composição! Do não, do nem, do nada, da ausência e
 solidão.
 
 Da indiferença.
 Quero eu que o seja! da indiferença ilimitada.
 Noite vasta e contínua, caminha, caminha.
 Alonga-te.
 A ribeira acordou."
Irene Lisboa

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"Floquinhos de neve"

Eram três, seguidos, em fila indiana!

Juntinhos a reluzirem, os três.

Como é que é possível, logo três de uma só vez.

Contra a natureza não há nada a fazer, nada, nem o mais supremo dos tribunais.

Não há decreto que a condene, que a demova das suas investidas.

Bem ali, onde os fios de cabelo teimam em separar-se, como que a criar um leito, ou vale perdido, um rio seco onde raízes crescem e deixam nada mais que marcas secas do tempo.

Surgiram os três bem junto à nascente, como alimentando-se todos os dias para se eternizarem.

E eles lá, os três em uníssono como que a iluminar esse caminho incerto, que me cobre esta caixa de Pandora.

E hoje constato que mesmo tendo arrancado pela raiz este mal de Pandora, eles voltaram e ligaram-se de novo à terra que os alimenta, brotando ainda mais fortes!

Malditos cabelos com cor que me recuso a distinguir e que tendem a multiplicar-se, tal como floquinhos de neve!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Viajar na música

Vou contar-vos a magia

Não há nenhum truque

A magia é aquele sorriso que de mudo se converteu em prosa

A magia é ouvir aquela música que por mais distante nunca se esqueceu

Aquela música que ouvimos repetida, mas quando toca, ah, abre a alma!

E agora só magia, a musica, e tudo pára, pára a vida, pára a morte, e só ela a musica

Não há dor que para sempre se apague nem felicidade que alguma vez se esqueça

É mágico, é só deixa-la tocar, e tudo volta, volta a cor, volta a dor, até volta o tempo que jamais volta…

Não há truque, há magia, é só encostar o ombro, respirar cada nota, e voltamos,

Voltamos para aquele lugar que já não existe, ou onde nunca estivemos

E cada som, cada batida, cada embalar é magia, é a certeza que aquele sorriso é o mesmo

A magia de saber que a guerra acaba quando se ouve aquela musica, a certeza de apagarmos a dor, a verdade com que a respiramos, à musica.

A constatação que mudamos, e a magia que fazemos por agora sorrirmos e pararmos o tempo

E agora que ela toca, brilham os seus olhos, sorri o seu corpo, rejuvenesce a sua alma, porque voltou, para aquele lugar onde nunca esteve.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Gosto de ser mulher!

Ela gritava, e a voz ecoava pelos corredores

Ela gritava e ele, ora de pé ora sentado, desesperava.

Ela diz que não custou nada, que só riu… mas ele conta que ela gritou!

Ele diz que custou muito, e ele chorou!

Não o deixaram entrar, e ele aliviado. No entanto ouvia os gritos da dor que ela sentia, e angustiava.

Era Junho, e estava calor, os corpos deles transpiravam, pela dor e pela ansiedade.

Ele transpirava, ela ainda mais.

A natureza tem força, o homem também, às vezes lutam, mas o vencido nunca acaba rendido, apenas se fortalece.

Aqui a natureza ajudou, e a mulher, aquela que até então gritava, agora sorri e chora de felicidade.

Agora chora ela, de paz intensa.

Quando ele a viu, sentiu que não era nada, que ele, aquele bravo homem de capa dura, outrora corajoso, era nada mais que uma pequena partícula que se fragmentou em milhões delas…

Ele pára de chorar e só ri…ri muito.

Limpa as lágrimas dela, quando já secou as dele, para lhe mostrar quão forte ainda é.

Ambos seguram a nova força da natureza, é uma ELA!

A natureza é injusta, exige das mulheres a resistência necessária para expelir do seu frágil corpo um outro, mas esquece-se de injectar no homem a capacidade de segurar na mão dela com a força que os orgulha, e a serenidade que o momento exige!

Hoje ela só se lembra que riu, conta tudo com um cenário de nuvens brancas de algodão que se movem ao som de harpas e um lago bem tranquilo de onde surge um nenúfar que desabrocha e exibe uma menina com grandes bochechas lá dentro. Tudo foi rápido, sereno emocionante, e lembra-se como se fosse hoje

Hoje ele lembra dos bramidos de dor, das batidas aceleradas do seu coração, do corpo cheio de contracções, das paredes do hospital a comprimirem e o chão a deslizar. Lembra que o calor era doentio e que sempre que olhava o relógio via os ponteiros enevoados e imóveis, o tempo era interminável, mas lembra-se como se fosse hoje.

Um momento apenas, o mesmo momento e dois olhares tão distintos.

O mesmo final, e resta-me agradecer que os dois estavam lá, e apesar dos cenários os dois lembram-se e nunca mais se esquecerão!