quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"Floquinhos de neve"

Eram três, seguidos, em fila indiana!

Juntinhos a reluzirem, os três.

Como é que é possível, logo três de uma só vez.

Contra a natureza não há nada a fazer, nada, nem o mais supremo dos tribunais.

Não há decreto que a condene, que a demova das suas investidas.

Bem ali, onde os fios de cabelo teimam em separar-se, como que a criar um leito, ou vale perdido, um rio seco onde raízes crescem e deixam nada mais que marcas secas do tempo.

Surgiram os três bem junto à nascente, como alimentando-se todos os dias para se eternizarem.

E eles lá, os três em uníssono como que a iluminar esse caminho incerto, que me cobre esta caixa de Pandora.

E hoje constato que mesmo tendo arrancado pela raiz este mal de Pandora, eles voltaram e ligaram-se de novo à terra que os alimenta, brotando ainda mais fortes!

Malditos cabelos com cor que me recuso a distinguir e que tendem a multiplicar-se, tal como floquinhos de neve!

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